O vício do tabaco não só é uma
questão de hábitos. São vários os fatores que levam a que esta substância seja
tão consumida em todo o mundo. Desde já a relativa ausência de efeitos
desagradáveis aquando do seu consumo, leva a que não haja uma aversão ao
cigarro. Outra razão é a rápida chegada da nicotina (substância ativa do
tabaco) ao cérebro quando fumada. Os nossos pulmões são altamente irrigados,
sendo a parede dos alvéolos altamente permeável, proporcionando uma porta de
entrada de excelência para a corrente sanguínea. A nicotina atua diretamente no
sistema de recompensa do cérebro, levando à libertação de dopamina (hormona do
prazer). Com a rápida chegada da nicotina ao cérebro, este associa com maior
facilidade o ato de fumar à sensação de prazer e reforça o comportamento.
A constituição do maço de
cigarros não é inocente. O tempo que os recetores da nicotina do cérebro levam
até estarem completamente ocupados é exatamente o mesmo tempo que dura um
cigarro e, depois de ocupados, levam cerca de 45 minutos até “dar de si” ou
seja, até comunicarem ao cérebro que falta ali qualquer coisa. Tendo em conta
que cada maço de cigarros tem 20 cigarros e que uma pessoa passa cerca de 16
horas acordada, é fácil perceber que o maço, está engenhosamente desenhado para
suprir as “necessidades” do fumador e assim perpetuar o consumo.
Assim, não é estranho que o
tabaco seja das substâncias que mais dependência cria, como mostra a tabela.
Probabilidade de se tornar
dependente após a primeira experiência
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Tabaco
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32%
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Heroína
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23%
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Cocaína
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17%
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Álcool
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15%
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Estimulantes
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11%
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Ansiolíticos
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9%
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Canábis
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9%
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Analgésicos
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8%
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Inalantes
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8%
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(adaptados de Stahl, 2013)
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